terça-feira, 7 de junho de 2011

amor

 "Fui ao show do Paul McCartney no Rio esse fim de semana e ele termina o show com uma frase muito bacana. É o meu lema de vida: "And in the end, the love you take is equal to the love you make". Façamos amor. O tempo todo. Com a gente mesmo, com nossa família, nossos bichos de estimação, colegas de trabalho. Só o amor pode nos curar de tanta dor."
(parte desse comentario.)

Só o amor pode nos curar de tanta dor. 

Venho pensando nisso há dias. Me escrevestes isso por uma situação tão diferente. E ainda assim se encaixa no que vivo. Acho que se encaixa no que todos vivemos. 

Eu ando triste. Triste de uma forma que não me lembro de ter ficado antes. Não é por falta de auto estima, não por falta de amor, nem por depressão ou outro transtorno. Estou triste, porque minha melhor amiga não responde, sequer abre os olhos. Essa situação toda de UTI me deixa triste, cada vez mais triste. Pensar nos motivos de ela estar lá me deixa triste. É uma tristeza que vai me anestesiando. Me impedindo de sentir outras coisas. Eu continuo querendo viver, continuo amando e tentando fazer a vida ir adiante. Mas é como se estivesse um pouco acima de mim, me assistindo. E não é agradável. Consegui chorar sexta feira. Chorei desesperadamente, e fiquei feliz, porque naquele choro eu sentia. Dor dilacerante, um medo absurdo, mas sentia. E agora voltei ao mesmo.
Eu gostaria de ter fé, essa fé bonita que a gente vê nas pessoas que rezam e acreditam que existe alguém que as abençoa, que é só amor. 
Eu não tenho certeza quanto a deus. Ou deusa. Gosto de santos, porque sei que foram pessoas reais. Porque tem falhas como nós e superaram. Mas não sou católica. Nem espírita ou africanista, embora simpatize. E respeito qualquer igreja que não tente me convencer que ela é a única certa.  Não acredito que só um grupo de pessoas tenha a verdade absoluta. 
Mas eu acredito que o amor existe. Eu acredito no amor puro, que nada exige, só existe. Acredito que o amor cura tudo, junto do tempo. E antibióticos potentes, no caso da minha amiga. Eu preciso acreditar que ela vai sobreviver, que ela vai superar isso. Eu preciso acreditar que vou voltar a sentir algo. Eu quero acreditar.

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